terça-feira, 30 de outubro de 2018

Proposta para aposentadoria de Bolsonaro pode deixar trabalhador na miséria

Proposta para aposentadoria pode deixar trabalhador na miséria


O modelo neoliberal joga com todas as suas forças para modificar a previdência após as eleições deste domingo e para o início de janeiro de 2019. A equipe econômica de Jair Bolsonaro tem 10 propostas distintas de reforma da previdência. A principal delas é a adoção do sistema de capitalização.

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Temer oferece a Bolsonaro colocar em votação reforma da previdência no período de transição

Golpista oferece a Bolsonaro colocar em votação reforma da previdência no período de transição“A primeira ideia que quero lançar é exata e precisamente de que o povo hoje exerceu seu poder”, assim abriu seu discurso de congratulação a Bolsonaro o golpista Michel Temer, que, depois de usurpar o voto de milhões para passar ataques a nossos direitos, ainda tem a audácia de falar em “poder do povo”. Numa eleição marcada pela manipulação do judiciário do início ao fim, Temer dá um recado claro a seu herdeiro e sucessor, o ultra-direitista Jair Bolsonaro: quer ajudá-lo a passar os ataques contra nossos direitos o mais rápido possível, a começar pela destruição de nossas aposentadorias.
Com uma cara lavada e a hipocrisia de quem desfruta de cerca de 5% de aprovação, Temer disse que o povo exerceu a “soberania” e, dizendo que cumprimentou Bolsonaro, afirmou que o ultra-direitista que recentemente afirmou que iria “varrer os vermelhos” e preder opositores, demonstrou querer a “harmonia” e a “pacificação” do país.
É bem simples compreender porque Temer que transmitir a imagem de um presidente “democrático” a Bolsonaro: ao falar da transição de governos – que inclui um livro de “realizações” de seu governo – o presidente golpista deu ênfase à reforma da previdência, dizendo: “Evidentemente, no instante em que nós possamos conversar, eu oferecerei a ideia de eventualmente podermos ainda fazer tramitar a reforma da previdência, já que ela está, digamos, formatada, pronta, para ser votada nos dois turnos na Câmara, e nos dois turnos no Senado Federal. Mas também, devo esclarecer e esclareço a todos que ela só irá adiante se evidentemente tiver o apoio do presidente eleito e da sua equipe. Se isso ocorrer eu acho que ainda é possível realiza-la neste ano, ou seja, a estrada estará inteiramente asfaltada para o próximo governo. (...) Se nós quisermos avançar, e se o presidente eleito quiser avançar, na proposta que está já pronta eu acho que dará tempo, teremos praticamente dois meses, quase dois meses pela frente.”
Veja a fala na íntegra:
A “generosa oferta” de Temer está longe de ser uma surpresa para quem acompanhou atentamente o programa de Jair Bolsonaro. Como voltou a ressaltar Hamilton Mourão hoje após votar, a destruição de nossas aposentadorias é uma prioridade para o governo eleito, e Bolsonaro quer ser a continuidade violenta dos ataque de Temer, querendo impor os ataques contra nossos direitos à força “acabando com o ativismo” dos trabalhadores que queiram combater seus planos.
Contudo, conforme pesquisa recente, apenas 37% dos eleitores de Bolsonaro apoiam a proposta da reforma da previdência. Será o primeiro choque de realidade de milhões de pessoas que, iludidas pela demagogia “anti-sistema” de Bolsonaro, verão a verdadeira cara de seu governo: um novo Temer, dessa vez apoiado pela caserna e por uma ideologia fascista.
Por isso, é fundamental nos organizarmos e colocarmos de pé comitês de luta em cada local de trabalho e estudo, irmos às ruas e não esperarmos um segundo para começar a combater os atraques de Bolsonaro e seu aliado Temer. Eles, como vimos no discurso do presidente golpista, não irão esperar.
Do esquediario



segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Time econômico de Bolsonaro avalia usar reforma da Previdência de Temer



BRASÍLIA (Reuters) - O time econômico que está estruturando as propostas para um eventual governo de Jair Bolsonaro (PSL) segue vendo a reforma da Previdência como prioritária e quer aproveitar a proposta sobre o tema que está estacionada no Congresso, afirmou uma fonte com conhecimento direto do assunto, mesmo em meio à falta de coesão na campanha .
Em caso de vitória de Bolsonaro Reforma da Previdência pode ser retomada no final do governo Temer
Bolsonaro afirmou esta semana que a reforma apresentada pelo presidente Michel Temer não passa pelo aval dos parlamentares e que não pretende usá-la. Em outra frente, seu cotado para a Casa Civil, o deputado reeleito Onyx Lorenzoni (DEM-RS), afirmou que o presidenciável, se eleito, não trataria do tema ainda neste ano.
Mas segundo a fonte, que falou à Reuters em condição de anonimato, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de Temer, que já foi aprovada em Comissão Especial na Câmara dos Deputados, é considerada um passo “instrumental” para dar prosseguimento à inovação pretendida pela equipe: introduzir, posteriormente, a opção por um novo modelo de Previdência, de capitalização.
A ideia é que seja ofertada aos novos entrantes a escolha pelo novo regime ou pelo atual, de repartição, sendo que os que aderirem à capitalização contribuirão para suas contas individuais e serão beneficiados com redução dos encargos trabalhistas.
“Você precisa dar uma arrumada na velha para poder se lançar na nova. Porque senão você não consegue nem ter a nova e ainda estoura a velha”, disse a fonte, acrescentando ainda que a reforma do regime atual —em que os trabalhadores da ativa pagam pelos benefícios dos que se aposentam— é imprescindível para dar sustentabilidade à regra do teto de gastos, que limita o crescimento das despesas do governo à inflação do ano anterior.
A aprovação da reforma de Temer, que versa apenas sobre o regime atual, também não deixaria de representar um atalho para tratar de um problema que vem pesando sobre as contas públicas, mas que enfrenta forte resistência popular e parlamentar.
Encaminhada ao Congresso em dezembro de 2016, a proposta ganhou sinal verde de comissão na Câmara em maio do ano seguinte, mas viu sua análise ser paralisada dali em diante após o presidente exaurir seu capital político para barrar no Congresso denúncias por seu envolvimento no escândalo da JBS (JBSS3.SA
A falta de alinhamento no comando da campanha de Bolsonaro sobre a reforma mexeu com os mercados mais cedo nesta semana, refreando parte do otimismo que impulsionou a bolsa e guiou a queda do dólar após o ex-capitão do Exército passar ao segundo turno das eleições com ampla vantagem sobre seu opositor, o petista Fernando Haddad.
Apesar de posições estatizantes já expressas por Bolsonaro no passado, ele empunhou na disputa presidencial a bandeira de adepto ao liberalismo econômico, escola de seu guru econômico e indicado ao ministério da Fazenda, Paulo Guedes. Por essa razão —e pela falta de fôlego de outros candidatos de centro e de direita na corrida ao Palácio do Planalto— acabou sendo abraçado pelo mercado como o candidato das reformas.

LEGITIMIDADE

O deputado federal Major Olímpio (PSL), que é coordenador da campanha de Bolsonaro em São Paulo e senador eleito, afirmou à Reuters que não vê possibilidade de o atual Congresso aproveitar parte do texto da reforma da Previdência da gestão Temer que passou pela comissão especial, mesmo que o texto seja novamente alterado.

“A Câmara e o Senado de hoje não representam de fato a população, representam de direito porque têm mandato até o início de 2019”, disse Major, ao destacar que não vê “legitimidade” na composição atual das duas Casas Legislativas após o resultado das eleições que mostrou forte renovação nelas.
    Para Olímpio, mesmo que haja um fatiamento da discussão e adequação do projeto ao interesse de uma eventual gestão Bolsonaro, não haveria quem apoiasse isso em 2018. “Sendo pragmático porque eu conheço a Câmara, a reforma do Temer não consegue votar”, frisou.
    O senador eleito afirmou que o atual governo “já não tinha condição de votar o projeto que era ruim e usou a intervenção federal como motivo para não votá-la”. Ele se refere ao fato de que, com a intervenção federal na área de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro, não se pode votar emendas constitucionais no Congresso.
Olimpio disse que não há divergências entre a parte econômica que assessora Bolsonaro e aliados da ala política do presidenciável do PSL. Destacou que o candidato a presidente está no comando e a decisão é sempre dele.
“Está absolutamente harmonizado. Não tem absolutamente nenhum ruído”, afirmou.